Prezado(a) leitor(a), tabelas tem a grande vantagem de nos permitir organizar a informação de modo panorâmico. A tabela abaixo é um esforço para organizar, em ordem cronológica, os documentos, personagens e instituições que tem relação com a história da interpretação das Escrituras.
HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
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Documentos, personagens, conceitos e
instituições relacionados à interpretação
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Breve descrição
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Ocasião histórica
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Targums judaicos (no plural é targumim).
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São traduções e
comentários da Bíblia Hebraica em aramaico, produzidos em Israel e na Babilônia.
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Período do Segundo
Templo até o início da Idade Média.
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A Septuaginta (LXX)
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Tradução grega do
Antigo Testamento hebraico. É considerada a primeira tradução completa das
Escrituras, na Antiguidade.
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Entre os séculos
dois e três a.C.
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Rabino Hillel
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Desenvolveu sete
regras.
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Primeiro século da
Era Cristã.
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Pesher
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Exegese
desenvolvida pelos mestres essênios, na comunidade de Qumran. O peshat era o método literal, que
considerava o aspecto filológico e o contexto histórico.
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Primeiro século da
Era Cristã.
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Midrash
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Forma narrativa
desenvolvida pelos judeus, através da tradição oral. A palavra Midrash vem da
junção de duas palavras hebraicas, "Mi"
que significa "quem" e "Darash"
que significa "pergunta". O plural de midrash não é midrashim, segundo a língua hebraica.
É um dos dois tipos
de interpretação típicas da hermenêutica rabínica, juntamente com o Pesher. O Midrash consistia em buscar o sentido oculto que estava além do
significado evidente da passagem.
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Foi criada no
século I mas a sua primeira compilação se deu apenas no quinto século d.C.,
no livro Midrash Rabbah.
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O uso do Antigo Testamento pelo Novo Testamento.
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“[...] os
escritores do Novo Testamento usaram quase 300 citações do Antigo Testamento
juntamente com centenas (ou até milhares, de acordo com alguns) de outras
alusões a ele” (SILVA. KAISER JR., 2002, p. 202).
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Primeiro século da
Era Cristã.
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Escola de Alexandria
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Utilizava o método
alegórico para interpretar as Escrituras.
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Primeiros três séculos
da Era Cristã.
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Orígenes - anagogia
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Seguia o método
alegórico de Filo, adotado na escola de Alexandria. Utilizava
a anagogia (palavra que significa
“ascendente”), método que consistia em ascender a alma do nível da carne para
o nível espiritual.
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185-253/254 d.C. aproximadamen-te.
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Escola de Antioquia
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Utilizava a
doutrina da theoria entendendo que
as Escrituras possuíam um único significado que incluíam o literal, o
espiritual, o histórico e o tipológico (SILVA. KAISER JR., 2002, p. 202).
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Foi fundada, provavelmente,
por Luciano de Samosata, por volta do final
do terceiro século d.C.
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Escola do Ocidente
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Foi uma escola Eclética,
pois utilizava princípios das Escolas de Antioquia e de Alexandria. Foi
representada por grandes teólogos, como Jerônimo e Agostinho (SILVA. KAISER
JR., 2002, p. 202). Incluiu um elemento que até então não havia sido
considerado como uma questão importante: a
autoridade da tradição na interpretação da Bíblia. Foram figuras de
destaque dessa escola: Hilário, Ambrósio e principalmente, Agostinho e Jerônimo,
o tradutor da Vulgata Latina.
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Entre o quarto e o
quinto século d.C.
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Quádriga
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Crê-se que foi João
Cassiano, um monge e escritor asceta do sul da Gália, falecido no final do
quinto século d.C., quem elaborou a Quádriga. Agostinho, tido como um dos
principais representantes da escola Ocidental, defendeu também esse sentido
quádruplo das Escrituras, a Quádriga. A Quádriga distingue quatro sentidos
nas Escrituras, a saber:
1. O sentido literal ou histórico: busca o
sentido evidente e óbvio do texto;
2. O sentido alegórico ou cristológico: é o
sentido mais profundo apontando sempre para Cristo;
3. O sentido tropológico ou moral: relacionado
ao cristão em sua conduta, e,
4. O sentido anagógico ou escatológico:
relacionado ao futuro.
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Início da Idade Média.
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Tomás de Aquino
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Defendeu o sentido
literal como base para todos os outros sentidos das Escrituras, sem
necessariamente negar esses sentidos. Na verdade, ele, assim como outros
estudiosos medievais de destaque, manteve-se leal ao método alegórico, que
prevaleceu como principal método na Idade Média. Aquino chegou a escrever uma
defesa da Quádriga em Suma Teológica.
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1225-1274
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Referências para a tabela
SILVA, Moisés. KAISER
Jr, Walter C. Introdução à Hermenêutica
Bíblica: como ouvir a Palavra de Deus apesar dos ruídos de nossa época. Trad.:
Paulo César Nunes dos Santos. Tarcízio José Freitas de Carvalho e Suzana
Klassen. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002.
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