Por Roney Cozzer, doutorando em Teologia Sistemático-Pastoral (PUC Rio) e licenciando em História (Faculdade Católica Paulista).
Esta foto me emocionou muito! Na verdade, em relação ao momento em que redijo este brevíssimo artigo, fazem três dias desde que me deparei com ela pela primeira vez, enquanto pesquisava sobre a Segunda Guerra Mundial, tema pelo qual sou aficionado. Trata-se de uma fotografia que foi capturada em 3 de abril de 1941, na Alemanha. Registra uma mulher judia sendo espancada por alemães pelo simples fato de ser judia.
A História e a Teologia são duas ciências fantásticas e que, postas em perspectiva, muito tem a nos ensinar. Volver os olhos ao passado nos ajuda a rever nosso presente, bem como os rumos que estamos tomando. Se a História olha para o passado e considera o presente, a Teologia repensa o presente e nos ajuda a caminhar melhor para o futuro.
Mais que registrar uma linda e jovem mulher despida, maltratada e humilhada em público - o que de per si já é chocante! - esta fotografia é quase uma entidade viva que nos convida a rememorar o quão bárbara a humanidade pode vir a ser e nos conclama também a considerar nossos caminhos. O mal não deve prosperar! E todos nós somos convidados, dia após dia, a dar a nossa colaboração para o triunfo do bem.
Se a História recupera uma historiografia sombria que nos auxilia a repensar o presente, a Teologia nos ajuda a caminhar no hoje e a perspectivar um futuro melhor, enquanto nos lembra o conselho bíblico: "E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos" (Gálatas 6.9, Nova Versão Internacional). Sigamos, pois, firmes nesse conselho e acolhidos pela esperança de que estamos construindo uma nova história, pautada pela solidariedade e pelo amor que, se não puder ser a história mundial, será, ao menos, a história dos nossos próprios mundos individuais e relacionais.